sexta-feira, 7 de agosto de 2009

painho

Eu não lembro a primeira vez que o vi, mas minha mãe fala que ele chegou bêbado a maternidade junto com o meu tio, com uma garrafa de whiskey na mão e um gesso na perna direita; ela disse que ele estava chorando e mandava meu irmão mais velho, que estava com uma flor de papel ridícula que ele tinha feito na escola pra me dar, subir até o berçário e dava umas tapas de leve na bunda da minha tia, que gritava todos os palavrões do mundo dentro do hospital. Esse foi o relato do meu primeiro contato com o meu PAI.
Daí eu cresci. Dizem até hoje que eu sou a cara dele, da cor ao temperamento. Eu sempre odiei, chorava quando era pequena se colocassem algum tipo de açúcar ou alguma comida com gordura no meu prato, resmugando e dizendo que não gostaria de adquirir aqueles 120kg de banha e bigode que ele possuia. Pra mim, eu parecia com a minha mãe. Buscando ter os cabelos lisos, pretos e a pele morena igual a dela, mas a minha voz buscando autoridade e os olhos sempre expressivos não tem como negar.
Hoje eu olho nele o arrependimento de não ter explicado a filha que ele já se arriscou muito na profissão pra ela estudar e ensiná-la a dirigir. Esquecer que ainda tem muito tempo, apesar das doenças e sem o dedão do pé. Aprender que existem 4 pessoas que depende dele, mesmo cada um tendo sua vida. Olhar pra gente e admitir, mesmo que ele não queira, que nós somos importante pra ele.
mae e pai :)

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